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TDAH Adulto - E agora, o que fazer?

 

Se você se sente bombardeado por distração, esquecimentos, desorganização... é preciso investigar, pois pode ser TDAH.

Hoje em dia a vida adulta exige muito de nós, são responsabilidades, compromissos, a convivência com outras pessoas, exigências e pressões, que precisamos conciliar diariamente, e em certo momentos nos vemos bombardeados por atrasos, bagunça interminável, promessas não cumpridas, adiamentos crônicos, distrações constantes e esquecimentos, é necessário investigar o que está acontecendo, pois há a possibilidade de ser um caso de TDAH Adulto.

Ao contrário do que muitos acreditam, o TDAH não é um problema exclusivo das crianças. Há alguns anos atrás, vários profissionais de saúde ainda tinham uma concepção muito restrita do problema, especialmente sobre sua caracterização como um transtorno infantil. Algo que já foi desmistificado, e aceito que cerca de metade daqueles que apresentaram TDAH na infância irão carregar o transtorno até a idade adulta, mesmo que ele não tenha sido detectado nem tratado. O contrário não ocorre, não existe TDAH em adultos, que não seja um prolongamento de sua versão infantil.

Você pode estar descobrindo o TDAH agora, ou pode já estar fazendo tratamento, mas possivelmente a sensação é de alívio por saber que suas dificuldades são devidas a um problema que tem nome, que pode ser tratado e especialmente, que não se trata de um defeito de caráter, uma falha pessoal ou uma incapacidade que não tem solução.

O importante compreender que o TDAH é um transtorno potencialmente manejável, é possível aprender a lidar com o TDHA, com a psico-educação, com apoio profissional e das pessoas importantes da sua vida, é totalmente possível viver com qualidade e satisfação.

Sempre há tempo para mudar e buscar uma melhor qualidade de vida.

 

A criança, o TDAH e uma infância difícil

Alguns adultos tiveram a oportunidade de um diagnóstico e de um tratamento, mas como ou sem diagnóstico é possível que não tenham escapado das críticas e dos rótulos depreciativos, seja por parte da família, da escola ou dos colegas. O bullying sempre existiu, a única diferença para nossos tempos atuais é que agora ele tem nome; também não é mais encarado como apenas "coisa de criança". Agressões como, burro, vagabundo, dumbo, encostado, folgado, preguiçoso, encrenqueiro, etc... deixam repercussões de longo prazo. Alguns até podem ter a sorte da proteção de professores atenciosos, dos pais e parentes (ajudando com as tarefas!) ou até mesmo de escolas pouco exigentes.

 

Mas a vida adulta chegou e a TDAH não te abandonou

Os anos passam e as responsabilidades e cobranças aumentam cada vez mais. Família, contas a pagar, pressões no trabalho, morar sozinho, ter ou não ter filhos, faculdade, pós-graduação ou concurso público, entre tantas outras.

E com tudo isso, como se manter calmo, organizado e focado? É claro que todos passam por esta situação, e como é difícil, para quem tem TDAH, lidar bem com tudo isto fica praticamente impossível.

É preciso entender que nos adultos, as manifestações do TDAH são um tanto diferentes da forma infantil, e também a combinação dos sintomas varia muito de pessoa para pessoa.

 

Algumas queixas:

> Distração e dificuldade em manter o foco: esta acaba sendo a queixa mais comum, não conseguir permanecer focado, especialmente nas tarefas mais simples e cotidianas. Justamente pelo fato de falharem com as coisas mais triviais, aparentemente mais simples e fáceis, as queixas e críticas das pessoas ao redor se avolumam, ao mesmo tempo em que a autoestima e autoconfiança vão sendo progressivamente corroídas.

 

> Desorganização e falta de planejamento: Esse é um problema mais típico de adultos, pois em crianças, há maior suporte por parte dos adultos ou, pelo menos, cobrança menor. Pois com adultos, tudo é mais complexo, a começar pela própria vida. São as rotinas diárias, os cuidados com a casa, saúde, carro, contas a pagar, compromissos de estudo e trabalho, demandas da família, amigos com quem se precisa manter contato, para não mencionar o networking profissional.

Acaba ficando muito desafiador manter todas as coisas em ordem, e não ser tragado pela montanha de coisas que se acumulam. A desorganização tem suas origens na dificuldade em selecionar quais as ações relevantes para a situação atual, quais as prioridades dentre tudo o que espera para ser feito, como dar seguimento nas ações e controlá-las passo-a-passo, equilibrando o tempo disponível com as demandas em aberto.

 

> O deixar para depois: Este é uma das manifestações mais devastadoras para adultos, tem relação direta com hábitos disfuncionais de adiamento, que se consolidaram ao longo dos anos, em conjunto com dificuldade de enfrentamento e manutenção do esforço em atividades que induzem esquiva (escapar, deixar para depois), somada à distorções cognitivas de autoengano (depois eu faço, vai dar tempo).

É um desafio enorme, mas que não pode deixar de ser enfrentado. Nos casos em que se mostra muito consolidado, é forte indicador que o tratamento deverá incluir Psicoterapia, do contrário dificulta e muito o alcance dos resultados esperados.

 

> Dependência por atividades intrinsecamente estimulantes: É uma manifestação da falta de foco, menos pela distração e mais pela tendência a perder a motivação. O TDAH em adultos tem, como uma de suas, alterações nos sistemas de recompensa, as atividades que tenham componentes repetitivos ou pouco estimulantes em pouco tempo se tornam intoleráveis, detonando a busca por maior estimulação, especialmente quando combinada com a impulsividade.

 

> Hiperfoco: é uma das facetas menos compreendidas do TDAH. Destina-se a concentração excessiva, muitas vezes desproporcional à relevância do fato e inadequada diante das circunstâncias - atenção excessiva a detalhes pouco relevantes, certas atividades que parecem somente interessar à pessoa e especialmente tudo o que for muito estimulante.

Para quem olha de fora, parece que a pessoa é "viciada", tamanha a fissura com tal atividade, pode ser um seriado de TV, redes sociais ou até mesmo escrever programas de computador e para as pessoas ao redor, especialmente esposas ou mães, o hiperfoco é encarado como "egoísmo" ou preguiça para as coisas mais "nobres", como dedicar-se à família ou fazer a lição de casa (que sempre é chata).

 

> Agitação Física e Mental: A hiperatividade física tão característica das formas infantis do TDAH, desaparece em praticamente todos os casos de TDAH adulto. Quando ocorre, aparece como níveis bem elevados de energia, como em pessoas muito ativas, que não conseguem ficar paradas, tão pouco suportam atividades não estimulantes. A agitação pode ser exclusivamente mental, com idéias desordenadas se sucedendo constantemente.

Pode sim existir um grau de inquietude, uma dificuldade em conseguir ficar parado, precisando levantar, porém, costumeiramente naquelas situações menos estimulantes, em que a pessoa sinta que precise fazer algo que não consegue aguentar, como por exemplo, parar para ler um livro ou assistir uma palestra. É também possível haver movimentos repetitivos, como "tiques", batuques, girar coisas, balançar pés ou mãos.

 

> Impulsividade e turbulências emocionais: Tal categoria de sintomas normalmente é mais comum nos adultos mais extrovertidos e agitados, ou com maior intensidade emocional, e até mesmo forte ansiedade. A essência da impulsividade e falta de autocontrole é a não inibição, ausência de filtro, quanto aos comportamentos, comentários e atitudes. A intolerância a demoras e impaciência é outra das manifestações possíveis.

Especialmente a impulsividade se manifesta boa parte das vezes como um desajuste social, como aquela pessoa que não consegue ficar calada na hora certa, às vezes a "super-sincera"; que faz as coisas sem pensar apenas para poucos segundos depois se arrepender. Ou então se torna inconveniente, interrompendo os outros, fazendo comentários desnecessários.

 

Em alguns casos, os adultos com TDAH tem, simultaneamente, alterações de humor que tornam complicado lidar bem com seus sentimentos, especialmente irritação, raiva, agressividade e frustrações. Justamente devido ao pobre autocontrole dos impulsos, podem ocorrer explosões de temperamento. Eventuais consequências sequer passam pela consciência antes do ato, portanto tornam menos provável o autocontrole.

 

 

Cheguei na fase adula e com TDAH Adulto, o que posso fazer?

A Psicoterapia com a Psico-Educação auxilia você quanto a compreensão básica sobre a origem das suas dificuldades, iluminando os caminhos a serem seguidos.

Com o suporte adequado, dos tratamentos disponíveis e estratégias que você certamente irá aprender, poderá fazer mudanças verdadeiras em sua vida. Apesar de não se poder falar em "cura do TDAH", é possível manejar os sintomas, de formas inclusive divertidas e criativas.

É preciso que você construa sua estória baseado em suas forças, tirando vantagem de seus talentos.

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