
18/04/18 por Rodrigo Romão Antonio
Ciúmes!
Como consigo lidar com esse sentimento?
Ciúme está relacionado ao sentimento de posse em relação a algo ou a alguém.
Apesar de que para algumas pessoas, o ciúme é uma demonstração de amor.
É claro que todos nós sentimos ciúme em algumas situações, mesmo que não haja real ameaça de perda do outro. Em alguns casos e para algumas pessoas, um ciúme moderado em uma situação específica, pode até ser saudável para a relação e estimular a sedução. Porém, nesse tipo de ciúme a pessoa não fica com ideia fixa, a insegurança vem e passa, não há pensamentos destrutivos.
O problema é quando o ciúme passa a ser patológico, e a pessoa sente ciúme em qualquer situação, mesmo que não haja real motivo, quando é desenvolvido um sentimento de posse, quando o amor e a atenção precisa ser exclusivo.
Em grande parte dos casos, o ciúme patológico está relacionado à baixa autoestima e à insegurança, tais sentimentos que desencadeiam uma sensação constante de medo em perder o outro.
O ciumento acaba roubando a liberdade da outra pessoa, exige satisfação sobre tudo (onde foi com quem falou o que fez). É muito importante analisar corretamente, pois em alguns casos, a pessoa que se relaciona com o ciumento também tem problemas de autoestima e por isso ela atrai esse tipo de relação, geralmente esse casal tem uma dinâmica relacional rodeada de brigas e discussões, deste modo, o controle sobre o outro faz o casal perder a individualidade e ambos passam a não reconhecer mais suas próprias vontades, tornando o relacionamento destrutivo.
No ciumento patológico, a pessoa apresenta uma obsessão de caráter compulsivo, ela vê e trata o outro como um bem que lhe pertence, tem um controle obsessivo, que vem disfarçado de amor. O que está relacionada ao assédio, o qual é uma pressão psicológica, frequente, praticada contra o outro e configura uma violência moral.
O ciumento perde a noção de limite, se tornando cada vez mais invasivo em suas atitudes com seu parceiro (a), exigindo senhas com a alegação de que “aquele que não deve não teme”, onde o outro acaba cedendo para evitar maiores problemas. Porém o que é preciso compreender é que para o ciumento patológico, nada é suficiente, ele sempre vai procurar alguma situação para implicar e como sua obsessão por encontrar uma traição é tão grande que se não houver, ele acaba inventando.
Não há limites para o ciumento, sua compulsão é tão grande que ele revista tudo do outro, revista gavetas, carteira, cheira a roupa para ver se não tem algum perfume diferente, tenta controlar o tipo de roupa que o outro usa, reclama se o outro chegar fora do horário, e se liga para o parceiro, e esse não atende, pronto, isso já é motivo de ansiedade potencialização de sua desconfiança.
Para que o ciumento possa começar a mudar suas atitudes e desenvolver uma relação saudável, é preciso que ele:
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Reconheça que tem um problema.
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Fala com seu parceiro sobre seu problema, o que sente.
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E especialmente buscar ajuda psicológica para tratar a raiz do problema, desenvolver habilidades para identificar os sintomas e lidar com ele, analisar de maneira qualitativa de onde surgiu esse medo de perder, ter consciência das crenças que ajudaram a desenvolver o comportamento patológico, em muitos casos, foram introduzidas na educação. Essa é uma tarefa exaustiva, deste modo, fica muito difícil de fazer sozinho.
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A Psicoterapia vai trabalhar o autoconhecimento, os sentimentos e o turbilhão de emoções que invade a mente do ciumento obsessivo. Vai aumentar a sua autoestima, a autoconfiança e libertá-lo do sofrimento, além de contribuir para preservar a relação, é uma melhoria de vida para o ciumento e seu parceiro (a).
Não é preciso ter ciúmes para demonstrar amor.