
Por Rodrigo Romão Antonio em 22/03/2018
A ansiedade da Fuga
Quando nascemos somos retirados de uma bolha acolhedora que protege e que oferece sustentação e bruscamente somos apresentados ao mundo de novidades e incertezas, acredito que as primeiras ansiedades começam a aparecer nesse momento, são nossos primeiros momentos de dores, não só uma aflição física quando sentimos o ar nos invadindo pela primeira vez, mas também um desamparo avassalador.
Assim começa nossa primeira experiência de ansiedade, e hoje são inúmeras as pessoas que sofrem dessa desregulação psíquica, buscam os consultórios médicos por não saberem ou não entenderem os aspectos afetivos e emocionais desse segmento, devido a isso, passamos a tratar como doença aquilo que deveria ter sido mantido como parte de um processo defensivo da mente, que precisa ser entendido e trabalhado pelo profissional psicólogo e de saúde mental.
Nos dias atuais somos como o bebê que acaba de nascer, nesse mundo globalizado e imediatista, somos bombardeados com informações e responsabilidades, as quais são geradoras de ansiedade destrutiva.
A vida é cheia de incertezas, não sabemos como viver, o que podemos experimentar, ou o que realmente podemos ser ou sentir, e tudo aquilo que ainda não podemos nomear ou tornar símbolo acaba sendo muito assustador.
Assim passamos a nos questionar em relação a nossa busca para encontrar aquilo que é passível de fazer sentido, pois se acordamos e vamos trabalhar sem questionamento, sem propósito interno e só com a pretensão do dinheiro, é inevitável que isso seja gerador de uma ansiedade e vazio aniquilador, pois se isso não é consciente, temos a grande chance de nos tornar opacos, uma vez que parece não haver um lugar para findar.
Estamos a todo o tempo tentando fugir da dor, do sofrimento, tentando antecipar para não vivenciar a dor e sofrimento, que esquecemos de aprender com eles.
Estamos a todo tempo tentando fugir da solidão que acabamos fugindo de nós mesmos.
É de suma importância compreender que são vários os aspectos causadores de ansiedade (psíquicos, emocionais ou sociais), mas independente disso, em primeiro lugar, precisamos nos dar a chance de um “start” de vida, como aquele bebezinho que enche os pulmões e que respira pela primeira vez aliviado. A dor pode ser imensa, mas apesar disso, a sensação de ter respirado é gratificadora e a ansiedade de nascer já não se estabelece, ele está ali.
E você, onde está?
Mas realmente não é fácil esse questionamento de maneira qualificada, não é fácil conviver com a incerteza como o não saber, e não é fácil enfrentar a solidão, porém é preciso entender que:
“Ficar sozinho, não é estar sozinho.”
“Não existe companhia melhor que a sua”.
“Mas se você não for uma boa companhia para você, dificilmente será para os outros”.
“E se os outros te abandonarem, a solidão é suportável, mas se você se abandonar, a solidão se torna INSUPORTAVEL”.
“Individualismo, não é mesmo que Egoísmo.”
“Cuide de você, pense em você e será ainda melhor para os outros.”
Busque seu caminho, se desenvolva, se questione, aprenda, erre, mas não esqueça se seguir em frente.